Poetas sentem demais
Acolhem, recolhem cacos, destroços
Ruínas mortais
Em estranhos lugares
Buscando nos mares
Sonhando luares em disfarces fatais
Poetas sentem demais
As dores do mundo, dos homens, dos animais
Das flores, de tudo, de todos astrais
Humanos, insanos e marginais
Poetas sentem demais
Transformam seu fardo de falhas
fracassos
Invólucro louco, alquimias reais
São heróis rotulados
Querubins, são Quixotes
Amantes errantes e desiguais
Poetas sentem demais
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