Como um trapezista Do parceiro perde o braço Como um cerebelo Desmantela num balaço Um escafandrista Renuncia à superfície Um mendigo velho Sonha o ouro da imundície e acorda Como um pacifista Suas vestes incendeia Como a mosca tonta Presa na seda da teia Um galã balofo Cheira o mofo do ostracismo Feito copiloto Que num Boeing rumo ao abismo despenca (Quando o povo desnorteia Sob os dedos dos chacais Preso na seda da teia Aos gritos roucos, gritos de nunca mais!) Como o filho morto Que erra o mapa para o limbo Como o Pererê Que extravia o seu cachimbo Um junkie cansado Vigia o desasossego Como a justa causa E o auxílio-desemprego, na fila Nunca mais, nunca mais Nunca mais, nunca mais