Como todas as coisas têm dimensão
Onde o céu se reflete na vastidão
Superfície de um lago o espelho tem
O planeta girando num vai e vem, vai e vem

Quem procura nos astros a solução
Quem encontra nos deuses a salvação
Quem decide o momento de se entregar num gozo

Quem arrisca na fuga, um desatino
Entre os gritos aflitos, um clandestino
O silêncio é ausência, refúgio do som

Ter os pés sempre livres pra caminhar
Para onde o desejo me desejar
As montanhas, caminhos por onde vim
Vim do meio ao começo, quem sabe o fim, ah o fim

Procurar a maneira de ver o bem
Encontrar a beleza de ser também
Decidir o momento de levantar o voo

Arriscar-se que a alma pode ser mais
Ser dublê dessas cenas quase fatais
O desprezo do risco anima o frisson

Pois ser livre é
De olho na paisagem, só ir
Ser feliz é seguir viagem
Sei que eu tenho de ir
Mas não quero ir sozinho
Sei que a paz é o caminho, tenho fé
Tenho fé