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Disfarces

Reimann

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Vi na tua estrela,
o desejo de querer a tua estrela,
e o dilema de seguir a tua estrela,
ou buscar constelações.
Vi a tua estrela,
a subir feito um balão,
balão, balão em closes,
na estratosfera, inflamou os meus besouros coloridos,
provocou a minha sede,
e ao correr com tanta sede ao pote,
descobri que o mel não é tão doce,
como pintam, como ditam as abelhas...
A zunir de amor...
A zunir no coito...

Vi a tua estrela
explodir em nova lunação de carne e osso.
O arrepio em meu pescoço esboçou a minha ira.
O amuleto do meu órgão
aturdido pelos gritos de prazer,
dos meus pecados imorais,
das minhas ilusões banais,
morreu no cais...
No cais dos teus demônios, zebedeus,
do teu amor ateu, ateu egocentrismo,
do iceberg derretido em minhas veias...
Glacial fetiche em tuas meias,
feito overdose em minhas fendas.

Mas a tua estrela
era fogo-fátuo, opaca, oca, refratária.
Vega evanescente de aparências desmanchadas
no interior das dependências de um motel.
E a tua alma era rasa como um prato de comida,
era um fundo falso,
o caroço de uma fruta verde,
sem sabor, sem licor.
E aquela estrela,
aquela estrela cintilante,
das manchetes colunáveis,
nas boites da society,
entre os ricos magnatas,
dos nefastos androcratas,
em mais um dia de disfarces: se apagou.

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